15/04/2017

Bloqueador de lembranças

Caderno em branco com flores

Admiro as pessoas que conseguem bloquear a parte do cérebro (ou do coração, para os mais líricos), que comanda as lembranças, que se misturam com cheiros, com os gostos e as cores.

Aquela parte que deve se encontrar perto da "ínsula"(ou da aorta, para Drummond), bem aquela, que ao ouvir uma música, já a remete a uma imagem, a um momento e a um sorriso.

Parabéns a essas pessoas. Nem preciso dizer que não sou uma delas mas, gostaria de aprender a fazer o meu bloqueador de lembranças funcionar.

As músicas me fazem lembrar de momentos, os cheiros ainda me levam a lugares onde já estive e os gostos me trazem a sensação de coisas que já vivi.

Essas lembranças eu não gostaria de bloquear, NÃO, essas não! As únicas que eu bloquearia, são as que trazem dor, aquelas que podem passar anos, mas ainda estarão lá e ao serem lembradas irão arder como se estivessem acontecendo no momento em que as coloco no meu pensamento.

Por outro lado, essas mesmas lembranças, são as que me fazem ser quem eu sou, me tornam um ser único, por esse motivo, por mais que as lembranças ruins tragam dor, elas me fazem ser a Beatriz, a Bia, que ainda busca no mundo um olhar sincero e sentimentos verdadeiros.

Se sentir é o preço, então eu não me importo de continuar com as minhas lembranças. Não quero ser um livro em branco, quero todos os momentos vivos em minha mente.

E, parabéns as pessoas que conseguem bloquear seus momentos, parabéns a essas pessoas que, cá entre nós, não existem.
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