27/05/2017

Embarque no mundo colorido de Laís Soares - Parte 1

Laís Soares

Laís Soares, designer e ilustradora. Nossa querida paulistana, nasceu no dia 19 de agosto e por sorte tem o talento de expressar em desenhos seus sentimentos. Sua ilustrações transmitem emoções que mexem com nossos sentidos. Nosso bate-papo foi um pouco longo, mas muito interessante, dividimos em duas partes essa entrevista tão rica em informações e dicas de Laís, que nos conta como começou a desenhar e como foi o processo para criar os personagens do livro o Bom do Amor.

Ela é de Julho - Você sempre desenhou? Como descobriu que essa era sua paixão?
Laís - Gostaria de dizer que sim, que desenho desde criancinha, como a maioria dos ilustradores que eu admiro. Mas não. Eu descobri a ilustração no ensino médio, quando ao mesmo tempo fiz um curso técnico de Comunicação Visual. Na época, eu era apaixonada mesmo por fotografia, desde os 12 anos gostava de brincar de montar cenários com objetos, papel colorido, massinha, colagens, e passar a tarde fotografando pra passar alguma ideia com as imagens. Na minha cabeça de 14 anos (a idade que eu tinha quando comecei o curso), eu comecei a achar que pra fazer algo relacionado a fotografia como eu gostava, eu precisaria de um equipamento muito caro. Daí no curso acabei descobrindo que o que eu queria mesmo era expressar coisas visualmente, e que existem infinitas maneiras de fazer isso. Eu descobri que o desenho era uma possibilidade quando vi uma palestra da Marcella Tamayo, uma ilustradora brasileira maravilhosa, e percebi que aquilo era algo mais perto de mim do que eu pensava. Logo em seguida tive aula de pintura, e foi aí que eu aprendi a mexer com tinta e nunca mais parei.

Ela é de Julho - Quem te inspira? Tem algum desenhista ou ilustrador que desperta sua admiração?
Laís - Minha primeira referência, e que eu acompanho até hoje com muito carinho, foi a Marcella Tamayo. Eu tenho a sorte de ter amigos muito próximos que são ilustradores mega talentosos e que me inspiram muito: a Gabriela Biscáro e o Guilherme Zamarioli. Além deles, tem um monte de gente linda que produz um conteúdo muito legal sobre ilustração na internet e que são grandes inspirações pra mim: a Fran Meneses (mais conhecida como Frannerd), a Iraville, rainha das aquarelas, a Gemma Correll, Felicita Sala, Nan Lawson, Rebecca Green, e muitas outras - falo no feminino porque a grande maioria das minhas referências é de mulheres e fico muito feliz sempre que me dou conta disso.

Ela é de Julho - Quando você recebeu o convite da editora Rocco para fazer as ilustrações da webcomic "O Bom do Amor", houve uma hesitação, qual foi o motivo disso acontecer? Pode nos contar um pouco dessa história?
Laís - O primeiro contato da editora foi pra fazer uma capa de outro livro, mas eu vi a mensagem só 5 meses depois (risos). Fiquei desesperada por ter perdido a oportunidade, porque meu sonho sempre foi trabalhar com design editorial, poder misturar literatura com desenho. Mesmo assim eu entrei em contato e me mostrei disponível pra outros trabalhos que aparecessem. Mas eu não esperava que fosse considerada pra um trabalho assim tão grande e especial, nunca tinha feito nada parecido. A editora perguntou se eu tinha interesse, me mostrou a ideia, as referências, e eu senti um misto de felicidade com muito, muito medo. E aí veio a hesitação. A ansiedade é um monstro com o qual eu luto todos os dias, e que muitas vezes me paralisa. Lembro que fiquei fosforilando sobre essa ideia um tempão, me perguntando se daria conta, oscilando entre achar que eu não estava preparada e ao mesmo tempo não querer deixar passar a oportunidade. Ainda bem que eu não deixei passar, acho que nunca me perdoaria. Isso me ensinou muita coisa, foi um grande aprendizado sobre a vida adulta: a verdade é que a gente nunca, nunca vai se sentir preparado de verdade, tem que ir mesmo com medo e aceitar os desafios. Principalmente quando é relacionado a algo que gostamos e em que estamos dispostos a colocar toda nossa energia, comprometimento e carinho. Quando temos tudo isso, acho que não tem muito como dar errado. Eu respondi a editora e mandei um teste, super nervosa, mas no fim tanto ela quanto a Chris adoraram a minha proposta e deu tudo certo. Hoje em dia tomo muito cuidado pra não deixar o medo me paralisar de novo, porque se tivesse demorado mais um pouquinho, não teria feito o projeto.
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