09/09/2018

Setembro Amarelo - Prevenção ao suicídio

Setembro Amarelo


Vocês conhecem a campanha "SETEMBRO AMARELO"?
Essa campanha super importante foi iniciada em 2015, é uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida, do Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. Trata da prevenção ao suicídio.
Atualmente, os registros de suicídio mundial superam mais de 800 mil casos por ano. Isso é questão de saúde pública, em que realmente se torna necessário mais do que uma atenção especial, já que seus números estão cada vez mais assustadores.
Pensando na importância dessa campanha, o Ela é de Julho fez um bate-papo com a psicóloga Andrezza Santos. Ela nos trouxe informações e fez alertas importantes sobre o caminho que leva uma pessoa a cometer esse tipo de atentado a própria vida. Com essa conversa ela também mostrou como identificar os sinais nas pessoas que convivemos.

Ela é de Julho: Como você define o suicídio?
Andrezza: Defino suicídio como a única forma encontrada pelo ser humano em querer solucionar aquilo, que naquele momento, ele não consegue dar conta. É um gesto de comunicação, e ao mesmo tempo, de falta de comunicação. De recusa e de desespero. É um conflito de crise existencial pela pessoa que está sofrendo, se trata dos aspectos relacionados a vida em que um ser vem vivenciando. O significado do ato de se matar é finalizar um sofrimento e/ou um ato de desespero. São muitas perguntas que nem todos temos explicações ou respostas para a vastidão das incertezas, o que abrange a escolha da vida ou da morte. O suicídio é multicultural, não pode ser compreendido somente por uma faceta e na maioria dos casos existem outros fatores como psicológicos, psiquiátricos, econômicos, culturais, religiosos que devem ser levados em consideração.

Ela é de Julho: Por que as pessoas cometem suicídio?
Andrezza: Elas encontram no suicídio uma forma de resolver seus problemas, por isso é importante o papel do psicologo, ele irá analisar o sujeito, suas crenças e suas fantasias em relação ao ato de se matar.

Ela é de Julho: Qual o maior público que sofre com suicídio?
Andrezza: Esse tipo de comportamento é bastante significativo em jovens que estão entrando no mercado de trabalho e cursos. Nesse momento eles se deparam em fazer suas escolhas e definir seus destinos na vida. Conclui-se que esses jovens/adultos e adolescentes apresentam um indício de depressão e de desesperança. Acreditando que não viver e não se responsabilizar pelas suas escolhas é a melhor solução para seus problemas. Por isso é importante a comunicação familiar, compreender o outro, mostrar a importância deste sujeito na família.

Ela é de Julho: Em relação à faixa etária, qual o maior grupo de risco?
Andrezza: O maior risco para suicídio está dentro da faixa etária jovens adolescentes. Isso acontece quando o sujeito não é compreendido, vive um ambiente destrutivo, abusivo, sem esperança, perde de fato sua fé e expectativa da própria vida. Colocando em prática o ato de suicídio, quando já alojada a depressão e a desesperança para continuar a vida. Deve-se considerar também outros fatores, entre os jovens e adolescentes, o uso abusivo de drogas e bebidas alcoólicas estão relacionados a uma parcela interpessoal desse disturbio.

Ela é de Julho: Qual o cuidado que os familiares precisam ter?
Andrezza: É necessário que a família esteja atenta a algum tipo de comportamento estranho do sujeito. Como: tristeza, alteração na auto-estima, transtorno no comportamento habitual, consumo de drogas (como uma forma de fuga da realidade), entre outros comportamentos. Todos esses sintomas precisam ser observados pela família. Obviamente, buscar ajuda profissional é essencial, pois podem dar o apoio do qual a pessoa com tendencia suicida necessita urgentemente para encarar esses problemas.

Ela é de Julho: Por que nem todos podem ajudar uma pessoa que pensa em suicídio?
Andrezza: Quando o sujeito entra em uma vazio existencial nada mais faz sentido e isso faz com que ele só pense em suas batalhas sofridas. Nenhum tipo de conselho atinge o seu objetivo, a não ser um profissional. O ideal é buscar ajuda profissional, caso perceba algo de diferente no sujeito.

Ela é de Julho: Como um Psicólogo pode ajudar? Que medidas e intervenções ajudariam a reduzir o número de suicídios?
Andrezza: O psicologo irá ouvir esse sujeito, ter percepção ao escutar, sem julgar suas ações ou pensamentos. Perceber suas emoções e que, no momento, parecem lógicas para o sujeito. É importante o contato com a família, também. O psicologo dará todo apoio e suporte, e juntos acharam o melhor cominho para que esse sujeito possa se reencontrar em seu modo melhor de existir.

Ela é de Julho: O que fazer se você pensa em suicídio?
Andrezza: Deve se ter um bom relacionamento familiar e o combate ao preconceito das doenças psíquicas. Entender que a mente humana está ligada a um cérebro e que ele pode adoecer como qualquer outro orgão do corpo humano. Os distúrbios psicológicos/psiquiátricos podem acontecer em qualquer evento da vida.

Ela é de Julho: Como podemos ajudar uma pessoa que está com esse pensamento?
Andrezza: É importante estar em alerta quando esse sujeito tem intenções suicidas e direciona-lo a assistência psiquiátrica adequada. Educar para reconhecer sinais de transtorno mental. Assunto delicado que precisamos nos conscientizar de que é um problema de saúde pública que muitas vezes pode ser evitado. É um problema sério, não é frescura e precisa ser tratado e, definitivamente, nunca olhar para o sujeito com indiferença quando se trata de depressão.

Se você precisa de ajuda ou conhece alguém que esteja nessa situação, não se sinta sozinho, todos estão com você. Converse com seus amigos e familiares, falar é a melhor solução.

Você também pode ligar para o número 188, no centro de valorização da vida, onde terá uma pessoa para te apoiar e te ajudar.
"Mude sua rota, mas não desista no caminho"
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